quinta-feira, 25 de junho de 2009

Excelente texto da Raquel Abecassis

Homens errados nos lugares errados

Raquel Abecasis

RR on-line, 22-06-2009 13:21



O presidente do IDT devia zelar pela diminuição do problema da droga junto da população em geral e dos jovens em particular, julgamos nós. Nada de mais errado...

João Goulão é presidente do Instituto da Droga e Toxicodependência. Logo, pensamos nós, deveria zelar pela diminuição deste problema junto da população em geral e dos jovens em particular.
Errado. Para este senhor, quem na juventude não fuma charros é betinho e a melhor mensagem a passar é a de redução de danos e não a de evitar que a droga entre na vida de muitos jovens.
Duarte Vilar é presidente da Associação para o Planeamento Familiar. Supostamente, devia zelar para que a divulgação de medidas de planeamento familiar reduzissem idealmente para zero o número de abortos, legais ou ilegais, em Portugal.
Errado. Cada vez que são divulgados novos números sobre o aumento de abortos, como ainda recentemente aconteceu, este senhor festeja com declarações a sublinhar que a evolução está de acordo com as previsões já feitas pela sua associação.
São dinheiros públicos que sustentam o Intituto da Droga e Toxicodependência para que desenvolva políticas eficazes que mantenham os nossos filhos longe do mundo da droga.
E, apesar de não ser pública, a Associação para o Planeamento Familiar, vive de subsídios públicos e sustenta a sua actividade no fornecimento de serviços ao Estado que deveriam servir para tornar mais responsável a maternidade e diminuir ao máximo a tragédia e o trauma do aborto.
Tal como os professores, também o desempenho destes senhores deveria ser avaliado e, se houvesse rigor na forma como é usado o dinheiro dos nossos impostos, João Goulão e Duarte Vilar deveriam deixar de ser os homens errados nos lugares errados.

terça-feira, 16 de junho de 2009

O aumento previsível e previsto do número de abortos

Em face do aumento mais do que previsto do número de abortos, na sequência da liberalização do aborto a pedido, os pró-aborto vêm agora dizer que esse aumento se deve à crise.
Pois.
Não se deve à lei. É a crise.
Vale a pena ler este post, no Cachimbo, da Maria João Marques.
Tão claro, tão simples, mas alguns fingem que não veem:

"Terça-feira, 16 de Junho de 2009
As costas (muito) largas da crise chegam para justificar o aumento de abortos


Esta notícia da Lusa que hoje correu pelas edições online dos vários jornais (aqui escolhida a do Público) dá conta de aumentos de 23% no Hospital Amadora-Sintra e de 24% na Clínica dos Arcos no número de abortos de 2009, quando comparados com o mesmo período de tempo de 2008. E a que se deve este aumento? À facilitação do aborto e à sua banalização em consequência da despenalização votada em 2007, acompanhada de medidas simpáticas como a gratuidade do aborto nos hospitais públicos, o pagamento a 100% do ordenado até um mês a quem decida abortar (ao contrário de qualquer pessoa que esteja doente e de baixa, que não recebe a totalidade do ordenado)? Aumento esse, de resto, esperado (e previsto por todos os movimentos anti-aborto)? Mas está claro que não: a razão do aumento deste número de aborto deve-se à crise económica, ora pois claro. Não faço ideia como os senhores citados terão essa informação tão certa sobre as razões que levam as mulheres a abortar; afinal, o aconselhamento prometido nos dias finais da campanha para o referendo foi descartado na lei porque nem pensar em pedir a uma mulher que dissesse as razões que a levam a abortar e era o que faltava alguém sugerir-lhe opções menos letais. Será que agora obrigam as grávidas a responder a um questionário? E vão confirmar a veracidade do que lá é dito? (Porque, lamento, mas um aborto, por mais legal que seja, é e será uma realidade stinky e é provável que as mulheres inventem todas as desculpas que as impeçam de dizer 'não me apetece ter um filho' ou 'não me apetece/consigo contrariar o meu namorado/marido').

Mas não, os abortos estão a aumentar devido à crise (o que, se fosse verdade, seria uma vergonha sem tamanho para um governo que se diz preocupado as 'condições sociais'). No ano passado o aborto aumentou relativamente ao segundo semestre de 2007 com a incorporação dos abortos ilegais. Para o ano aumentarão, quem sabe, por efeito do crescente número de divórcios (mesmo que este crescimento siga apenas a tendência de anos anteriores) e, em 2011, talvez aumente o número de abortos com a histeria provocada pela, at last, at last, retoma das economias. O que é certo é que haverá sempre razões para o aumento do número de abortos e que nessas razões nunca estarão incluídas as condições simpáticas e nada dissuasoras que os senhores que administram o dinheiro dos contribuintes dão a quem quer abortar.

Já que estamos perto de eleições legislativas, seria bom lembrar ao PSD uma medida higiénica nesta questão. Se em 2007 se ganhou legitimidade para despenalizar o aborto até às 10 semanas, nada legitimou uma lei que activamente promove o aumento de abortos e ainda paga um ordenado às mulheres que os fazem e gasta o dinheiro dos contribuintes destas formas edificantes. Assim, seria mesmo muito higiénico o PSD propor o fim do aborto gratuito e nos hospitais públicos (o que só se justificaria se houvesse alguma tentativa de prevenir o aborto, o que não se poderia esperar de clínicas que ganham dinheiro com este negócio, mas que não se verifica nos hospitais estatais).

Publicada por Maria João Marques em 0:00 "

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Primeira Comunhão de LM

Ontem, dia 31 de Maio de 2009, dia de Pentecostes, o nosso filho mais velho fez a Primeira Comunhão.
Foi um dia cheio de alegrias e emoções fortes.
Foi impossível não lembrar todo o percurso de vida dessa pessoa a cujo nascimento assistimos e em cujo crescimento - físico, psicológico e espiritual - estamos empenhados.
Foi comovente perceber a autonomia de fé dessa pessoa de que tanto gostamos e que estabelece uma relação com Deus que é sua e que não dominamos, nem queremos dominar.
Foi muito bom.
Uma Graça.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Primeira Comunhão

Hoje faz 30 anos que fiz a minha Primeira Comunhão.
O meu filho mais velho fará a sua Primeira Comunhão no próximo dia 31.
Quem vive ignorando que estamos cá de passagem, pense melhor...

Num país com gente decente, já tinha havido demissões

Foi decidido abrir um processo disciplinar ao Procurador Lopes da Mota por suspeitas de ele ter feito pressões sobre outros Magistrados para que o caso Freeport fosse arquivado e não atingisse o Primeiro-Ministro.
Como alguém dizia, passaram quase 24 horas e ainda ninguém se demitiu: nem o Procurador, nem o Ministro da Justiça, nem o Primeiro-Ministro.
Não há vergonha!

Verdades

O meu filho T gosta muito de uma das tias, a minha irmã X.
Uma outra minha irmã, a M, virou-se para o meu filho T e disse-lhe:
"Ó T: eu sei que tu gostas muito da X, mas eu também gosto muito de ti".
Ao que o meu filho respondeu: "Eu também gosto muito de ti. És a minha segunda..."

Mundividências...

Excelente artigo do José António Saraiva,no Sol:

Sol, 09 Maio 09 12:00 AM



Um destes dias, quando passava de carro na Avenida da Índia (que continua a 24 de Julho para o lado de Algés), cruzei-me com um cartaz onde se lia: «Ofereça um sonho a quem já lhe deu tudo». Não percebi imediatamente do que se tratava. Só passados uns segundos (desculpe o leitor a minha falta de perspicácia) concluí o óbvio: que era um cartaz a apelar ao consumo no Dia da Mãe.

Confesso que sempre embirrei com os ‘dias’ disto e daquilo. Porque se transformaram em meras oportunidades de negócio. O seu significado inicial perdeu-se. O que prevaleceu foi o apelo ao consumo. E, não tendo eu nada contra os comerciantes, que têm de vender os seus produtos, também não gosto de ser tomado por tolo. Não gosto que me ‘levem’ com este tipo de publicidade primária, que apela a sentimentos respeitáveis para levar os tansos a gastar dinheiro.

O dia da Mãe existe há muito. Lembro-me dele em criança – e não me recordo de haver nessa altura outros ‘dias’ dedicados ao que quer que fosse.

Nessa época, a ‘Mãe’ era uma referência permanente. A quadra de Heloísa Cid era constantemente citada:

Com três letrinhas apenas

Se escreve a palavra Mãe

Que é das palavras pequenas

A maior que o mundo tem.

Os livros da instrução primária continham inevitavelmente meia dúzia de textos dedicados à Mãe. Pode até dizer-se que havia um ‘culto da Mãe’, que estaria aliás ligado à própria ideologia do regime, que valorizava a família.

Homenageando a Mãe, celebrava-se a maternidade, a fonte da vida, o papel da mulher como progenitora. Assim, no dia consagrado à mãe, os filhos homenageavam quem lhes tinha dado o ser – e os maridos homenageavam as mulheres, que eram as mães dos seus filhos.

Esta celebração também era, implicitamente, uma espécie de apelo à conservação da espécie humana. Sem maternidade não há futuro. Se de um dia para o outro as mulheres se recusassem a ter filhos, a geração seguinte já não existiria. A espécie humana acabaria aí.

Essa homenagem dos filhos às mães e dos maridos às mães dos seus filhos começou, com a passagem do tempo, a traduzir-se quase exclusivamente na oferta de presentes. Era o mais prático, o mais cómodo, não exigia muito esforço. Gostasse-_-se mais ou menos da mãe ou da mulher, passava-se por uma loja e comprava-se um ramo de flores, uma caixa de chocolates, um perfume ou mesmo uma jóia (no caso dos mais abastados) e o problema ficava resolvido. A missão estava cumprida.

E assim os comerciantes passaram a olhar para a data com gula. Não era oportunismo – era o aproveitamento natural de uma boa oportunidade.

E daí ao passo seguinte foi um pulo. Quando o Dia da Mãe se destacou como uma boa fonte de receitas, os comerciantes não puderam deixar de pensar: e por que não um Dia do Pai? Seria mais uma oportunidade para vender presentes... E atrás deste veio o Dia dos Namorados. E depois o Dia da Criança. E todos os dias nascem ‘dias’ disto, daquilo e daqueloutro.

De dia dedicado à figura materna, à pessoa que nos dá o ser, à preservação da espécie humana, passou-se a dia dedicado ao consumo. Dia em que o consumo se tornou quase obrigatório, porque oferecer prendas nessa ocasião tornou-se uma obrigação.

O curioso é verificar que este apelo do consumo no Dia da Mãe corresponde a hábitos que estão nos antípodas daquilo que levou à criação desse ‘dia’. É que a sociedade de consumo, longe de ser amiga da natalidade, é sua inimiga figadal.

Há uns dias, uma mulher madura, próxima da minha família, dizia: «Tenho seis filhos mas não me importava de ter 12. Os meus filhos são a minha fortuna».

Ora esta pessoa ainda pertence claramente à sociedade pré-consumista. Considera os filhos um bem, uma fonte de riqueza. Sucede que, para as pessoas apanhadas na rede da sociedade de consumo, a fortuna não são os filhos mas os objectos.

Quantas vezes já não ouvimos um casal dizer: «Nós só teremos filhos quando já tivermos tudo o que precisamos em casa: mobília, televisores, leitores de CD e DVD, máquinas de lavar louça e roupa, e – claro – automóveis para ambos, para já não falar das viagens que queremos fazer a dois»?

Os filhos vêm, portanto, no fim. Depois de os casais terem tudo aquilo de que precisam e de terem gozado tudo o que queriam gozar. Claro que às vezes, quando já se tem tudo e a ocasião chega, é demasiado tarde. E outras vezes a ocasião nunca chega.

Vemos assim como o consumo, hoje, está frequentemente contra a natalidade. E isto ainda torna mais irónico comemorar-_-se o Dia da Mãe acorrendo às lojas, comprando objectos muitas vezes inúteis, gastando dinheiro.

INDO um pouco mais longe, podemos dizer que esta civilização que construímos está contra a natalidade – e prova disso é que em grande parte do mundo civilizado a população está a diminuir.

O egoísmo urbano, as casas pequenas, o facto de as mulheres casarem cada vez mais tarde, a tal necessidade de consumir muito deixando pouco dinheiro disponível, até o culto do corpo – tudo isso são entraves à procriação.

Há anos, a namorada de um conhecido político dizia que não queria ter filhos para «não estragar o corpo».

Portanto, se para uma certa mentalidade tradicional, pré-capitalista, os filhos são a principal fortuna, para a geração da sociedade de consumo os filhos são uma despesa e um estorvo.

Estamos, assim, perante duas visões opostas do Dia da Mãe.

No espírito de quem o instituiu, era uma homenagem à maternidade – e um incentivo para as mulheres terem filhos, assegurando o futuro da nossa espécie; no espírito desta civilização que vive do consumo, é uma oportunidade para se vender mais, para se consumir mais, para se pensar menos nas pessoas e mais nos objectos.

E estas duas visões, além de opostas, são inconciliáveis. Os filhos são uma riqueza ou uma fonte de empobrecimento? Uma alegria ou um estorvo? Devem vir no princípio da vida em comum ou só quando já se tem tudo?

É CURIOSO, ainda, verificar como estes temas também se foram politizando.

Quem está do lado da natalidade, hoje, é ‘da direita’. As famílias numerosas são vistas como ‘fenómenos’ de direita. Porquê? Julgo que o motivo está na luta pela libertação da mulher. Em certos círculos, a maternidade é vista como uma escravidão. A recusa dos filhos tem pois em vista arrancar as mulheres às grilhetas do lar e torná-las independentes. Independentes dos maridos, dos filhos, preparadas para ter uma vida própria.

É também essa a razão pela qual a esquerda cultivou uma ‘cultura da morte’ – propagandeando tudo o que constitui obstáculo à maternidade, como a pílula, o preservativo (não por causa da sida mas com o objectivo de não engravidar), as técnicas de contracepção, o aborto.

Mas será esse o caminho? Será essa a independência desejável?

É certo que o facto de uma mulher ter muitos filhos constitui em jovem uma prisão. E aí terá de optar entre os filhos e outras comodidades. Mas na idade madura não existem dúvidas. É evidentemente melhor para uma mulher ter uma família, filhos, eventualmente netos, do que viver só, remoendo solitariamente os seus problemas e angústias. Em jovem uma mulher com filhos será mais dependente, terá mais prisões, não poderá consumir tanto como uma mulher sozinha nem – se calhar – apostar tanto na carreira. Mas na idade madura tudo se apresentará ao contrário.

É este balanço a fazer.

VOLTANDO ao tema central, o Dia da Mãe mudou de significado.

De homenagem à mulher e à maternidade, passou a ser um dia dedicado ao consumo. E muitos jovens acham que para poderem consumir aquilo que querem têm de abdicar de ter filhos. É este um dos grandes dilemas da nossa época. Por isso, na maior parte das regiões onde a sociedade de consumo se instalou, a população está a diminuir. Por mim, não tenho dúvidas: há que consumir menos e dar à Humanidade mais crianças. Mas sei que estou em minoria
.

terça-feira, 10 de março de 2009

Obama, o manipulador

A decisão de Obama de levantar restrições ao financiamento público de pesquisas com células estaminais embrionárias, para além de errada, foi tomada com tiques de manipulação verdadeiramente inaceitáveis. Ou seja, em vez de assumir essa decisão como ideológica e sua, Obama procalamou-a como sensata e motivada num alegado (mas inexistente "consenso" (religioso, político, etc). Ou seja, Obama tomara uma decisão de estimular a destruição de embriões por ser alegadamente consensual, porque é contra o sofrimento e é a favor da vida!?!? Pura e simples manipulação. Pura e simples falta de coragem, de quem esconde posições políticas pessoais (e, em tese, não é mau tê-las)atrás de um alegado mas inexistente consenso.

Como oportunamente noticia a Rádio Renanscença, hoje:

"O jornal do Vaticano, “L'Osservatore Romano”, criticou a decisão do presidente dos EUA, Barack Obama, que levantou as restrições impostas ao financiamento público de pesquisas com células estaminais embrionárias no país.

Num artigo que foi antecipado à imprensa, a publicação afirma que "o embrião é um sujeito no seu significado ontológico", e que "é sobre este pensamento que se funda uma real democracia".

“O reconhecimento da dignidade pessoal deve ser estendido a todas as fases da existência", pode ler-se.

Obama foi ainda contestado pelos Bispos católicos norte-americanos, para os quais a decisão representa a "triste vitória da política sobre a ciência e a ética" e é uma acção "moralmente errada", que estimula a "destruição de vidas humanas inocentes".

A publicação critica ainda a postura de Obama, que afirmando-se um homem de fé, diz que tomou a sua decisão para aliviar o sofrimento, uma vez que os opositores da medida também são pelo alívio do sofrimento e defendem a vida humana, incluindo a do embrião.

A decisão é ainda criticada por pessoas ligadas à ciência e à bioética, que fazem questão de lembrar que há já três anos que é possível utilizar células estaminais obtidas a partir do cordão umbilical, e que não apresentam quaisquer objecções morais
."

Foi um novo passo na civilização. O futuro o demonstrará.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Erros de português no computador Magalhães

Foi detectado um enorme conjunto de erros ortográficos (e não só) no computador Magalhães, distribuido às crianças portuguesas como uma das imagens de marca do govern Sócrates.
E, na verdade, também estes erros reflectem o tipo de actuação deste governo PS: um embrulho bonito e descuido com o conteúdo.
Tudo isto foi detectado pelo deputado eleito pelo Porto José Paulo de Carvalho.
As justificações do governo foram, também, à sua imagem: teria sido um português, emigrante em França, com a 4ª classe, que teria feito a tradução.
Isto é mesmo muito mau: mas, por que carga de água é que, num computador entregue pelo Estado às crianças, existem conteúdos que o governo diz desconhecer, ainda para mais elaborados por uma personagem, aparentemente, sem quaisquer qualificações para os elaborar?
Serei eu um exagerado?

terça-feira, 3 de março de 2009

Governo vazio

O congresso do PS deste fim-de-semana foi um autêntico vazio. Discursos de José Sócrates sem qualquer substância (pura propaganda), próprios de quem apenas dá importância à imagem e de quem pensa que os outros são parvos e não percebem que lhes estão a vender a banha da cobra. Uma tristeza. Um espectáculo degradante. No fim do seu discurso de encerramento, Sócrates rcebeu um ramo de flores. É triste que ninguém lhe diga que essa cena - também ela preparada - é ridícula.
Mais grave ainda: para estar presente no Congresso, o Chefe do executivo faltou a uma cimeira europeia, neste tempo de crise. Ou seja, achou mais importante estar com os militantes do PS (ou melhor, fazer toda aquela encenação, porque ele não se mistura com o militante de base...), do que representar todos os portugueses numa cimeira europeia. Eu critico, mas não estranho. O que me espanta é que haja quem pense que é possível defender esta atitude.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Cansaço

Hoje estou cansado.
Boa tarde

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Não podemos ser um País de "faz de conta"

Está bem... façamos de conta
2009-02-09 MÁRIO CRESPO

Façamos de conta que nada aconteceu no Freeport. Que não houve invulgaridades no processo de licenciamento e que despachos ministeriais a três dias do fim de um governo são coisa normal. Que não houve tios e primos a falar para sobrinhas e sobrinhos e a referir montantes de milhões (contos, libras, euros?). Façamos de conta que a Universidade que licenciou José Sócrates não está fechada no meio de um caso de polícia com arguidos e tudo.

Façamos de conta que José Sócrates sabe mesmo falar Inglês. Façamos de conta que é de aceitar a tese do professor Freitas do Amaral de que, pelo que sabe, no Freeport está tudo bem e é em termos quid juris irrepreensível. Façamos de conta que aceitamos o mestrado em Gestão com que na mesma entrevista Freitas do Amaral distinguiu o primeiro-ministro e façamos de conta que não é absurdo colocá-lo numa das "melhores posições no Mundo" para enfrentar a crise devido aos prodígios académicos que Freitas do Amaral lhe reconheceu. Façamos de conta que, como o afirma o professor Correia de Campos, tudo isto não passa de uma invenção dos média. Façamos de conta que o "Magalhães" é a sério e que nunca houve alunos/figurantes contratados para encenar acções de propaganda do Governo sobre a educação. Façamos de conta que a OCDE se pronunciou sobre a educação em Portugal considerando-a do melhor que há no Mundo. Façamos de conta que Jorge Coelho nunca disse que "quem se mete com o PS leva". Façamos de conta que Augusto Santos Silva nunca disse que do que gostava mesmo era de "malhar na Direita" (acho que Klaus Barbie disse o mesmo da Esquerda). Façamos de conta que o director do Sol não declarou que teve pressões e ameaças de represálias económicas se publicasse reportagens sobre o Freeport. Façamos de conta que o ministro da Presidência Pedro Silva Pereira não me telefonou a tentar saber por "onde é que eu ia começar" a entrevista que lhe fiz sobre o Freeport e não me voltou a telefonar pouco antes da entrevista a dizer que queria ser tratado por ministro e sem confianças de natureza pessoal. Façamos de conta que Edmundo Pedro não está preocupado com a "falta de liberdade". E Manuel Alegre também. Façamos de conta que não é infinitamente ridículo e perverso comparar o Caso Freeport ao Caso Dreyfus. Façamos de conta que não aconteceu nada com o professor Charrua e que não houve indagações da Polícia antes de manifestações legais de professores. Façamos de conta que é normal a sequência de entrevistas do Ministério Público e são normais e de boa prática democrática as declarações do procurador-geral da República. Façamos de conta que não há SIS. Façamos de conta que o presidente da República não chamou o PGR sobre o Freeport e quando disse que isto era assunto de Estado não queria dizer nada disso. Façamos de conta que esta democracia está a funcionar e votemos. Votemos, já que temos a valsa começada, e o nada há-de acabar-se como todas as coisas. Votemos Chaves, Mugabe, Castro, Eduardo dos Santos, Kabila ou o que quer que seja. Votemos por unanimidade porque de facto não interessa. A continuar assim, é só a fazer de conta que votamos.
MÁRIO CRESPO

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

2 anos depois, não vos esquecemos - até à eternidade

Neste dois anos após o referendo de 2007, através do qual Portugal deu um passo atrás no caminho da modernidade e do humanismo, ao permitir o aborto livre, várias vezes me lembro das vítimas inocentes e indefesas do aborto.
E, quando me lembro delas, várias vezes me lembro deste inspirado poema do Dr. Renato de Azevedo, Advogado de Santo Tirso

"Era tão pequeno
que ninguém o via.
Dormia sereno,
enquanto crescia.
Sem falar, pedia
– porque era semente –
ver a luz do dia
como toda a gente.
Não tinha usurpado
a sua morada.
Não tinha pecado.
Não fizera nada.

Foi sacrificado
enquanto dormia.
Esterilizado
com toda a mestria.
Antes que a tivesse,
taparam-lhe a boca
– tratado, parece,
qual bicho na toca.

Não soltou vagido.
Não teve amanhã.
Não ouviu: “– Querido...”
Não disse: “– Mamã...”

Não sentiu um beijo.
Nunca andou ao colo.
Nunca teve o ensejo de pisar o solo,
pezito descalço.
andar hesitante,
sorrindo no encalço
do abraço distante.

Nunca foi à escola
de sacola ao ombro,
nem olhou estrelas
com olhos de assombro.

Crianças iguais
à que ele seria,
não brincou com elas
nem soube que havia.

Não roubou maçãs,
não ouviu os grilos,
não apanhou rãs
nos charcos tranquilos.

Nunca teve um cão,
vadio que fosse,
a lamber-lhe a mão,
à espera do doce.

Não soube que há rios
e ventos e espaços.
E Invernos e estios.
E mares e sargaços,
e flores e poentes.
E peixes e feras –
as hoje viventes
e as de antigas eras.

Não soube do mundo
Não viu a magia.

Num breve segundo,
foi neutralizado
com toda a mestria:
Com as alvas batas, máscaras de Entrudo, técnicas exactas,
mãos de especialistas negaram -lhe tudo
(o destino inteiro...)

- porque os abortistas nasceram primeiro.

Renato Azevedo (Advogado)
Santo Tirso, 1998

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Como se sabia, a liberalização do aborto não acaba com o aborto clandestino

Muito atento o Paulo Marcelo aqui.
Ao contrário do que falsamente prometiam os abortistas,por esta notícia se comprova que a liberalização do aborto não acaba com o aborto clandestino.
Como era evidente, de resto. E como sempre disse quem é contra o aborto, por respeito à vida humana, desde a concepção até à morte natural.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Aborto: estudo demonstra o que se intuía empiricamente

No Cachimbo aparece este excelente e atento post do Jorge Ribeirinho Machado.

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Fergusson et al. escrevem, no British Journal of Psychiatry, um artigo intitulado "Abortion and mental health disorders: evidence from a 30-year longitudinal study".

Desde há muitos anos que os pró-vida argumentam que o aborto pode originar mais problemas psíquicos do que o não-aborto. Em concreto, através do chamado "síndrome pós-aborto", que era negado pelos outros. Ora bem, os autores demonstram que o aborto aumenta o risco para a saúde psíquica da mulher, de uma forma modesta mas clara. E que dar à luz, independentemente de que o filho seja ou não desejado, não faz variar o risco de a mulhar sofrer transtornos psíquicos.
O mais relevante deste estudo é que pode ter (bom, já sei que não vai ter, mas devia!) implicações jurídicas, em especial nos países em que a grande maioria dos abortos é feita com a justificação de aumentar o risco de transtornos psíquicos na mulher grávida.

Publicada por Jorge Ribeirinho Machado em 3:12 PM
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Prova-se cientificamente aquilo que já se sabia de experiência.
Quem tenha lidado com pessoas que pensaram em abortar e não o fizeram, facilmente verifica que, em muitíssimos casos, o filho que inicialmente se via como um problema inultrapassável, se transforma, depois de nascer, numa "razão de vida". E quem tenha lidado com mulheres que abortaram, sabe que esse drama não é esquecido, essa vida não é esquecida e tortura a mãe, independentemente das condições assépticas em que a morte do bebé se dá.

Um dia a sociedade vai dar-se conta da monstruosidade do aborto e vai perguntar-se como é que esta geração, pseudo-humanista, o permitiu e o fomentou, em vez de fomentar políticas de vida e de inclusão de todos, mesmo dos não nascidos.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Todos lá chegaremos!

Se há coisa que é certa, para todos, pelo menos segundo a experiência humana até à presente data, é a morte.
É curioso como nos esquecemos dela e ela está sempre tão próxima.
Se nos lembrássemos del a e da forma como pode, num segundo, atingir-nos ou atingir os que nos são próximos, quantas coisas não faríamos de forma diferente?
Vem isto a propósito de dois pensamentos que me ocorreram durante o enterro de um familiar próximo (do qual sou, inclusivamente homónimo - em nome próprio e apelidos).
A certa altura da Missa de corpo presente, pude ver um neto do meu familiar acabado de morrer, neto com cerca de 6 anos de idade, durante a música cantada em acção de graças, a dançar ingenuamente, rodopiando sobre si próprio. Foi comovente ver a forma como, semi-percebendo o que se estava a passar, dançava brincando, mas sem fazer barulho. Via-se que estava afectado pela situação do seu avô, mas que, da sua tenra juventude, surgia um impulso de vida que o fazia dançar, e não chorar, como aos adultos.
Por outro lado, chegados ao cemitério, e como o meu familiar morto tinha sido militar, o exército organizou um salva de tiros. Foi um momento em que apreciei a importância de algumas "instituições" e o conforto que a sua organização, a sua história e a forma como honram os que as servem, podem dar aos que veem partir os que amam. Pensei que um bom serviço militar, organizado e eficiente, pode fazer bem a muita juventude que passa os dias a jogar playstation ou a ver telenovelas baratas.

2009

Bom ano de 2009.
Parece que será um ano de crise.
Espero que quem não soube prever e evitar a crise, se engane também quanto às catastróficas previsões que agora faz.
Há muito que se sabia que Portugal gastava mais do que produzia.
Não era preciso ser um grande economista: basta olhar à nossa volta e ver o parque automóvel dos nossos concidadãos.
O que leva uma pessoa a gastar o seu rendimento de 1/2 ano (ou de um ano; ou de 2 anos) na aquisição de um bem que já vale metade à saída do stand?
Isso sempre me fez impressão.
Em qualquer caso, os meus votos são os de que a crise passe com o mínimo sofrimento possível.